Resenha do artigo:
Virginia Mara Reis Gomes, Magda Carvalho Pires, Polianna Delfino Pereira, Alexandre Vargas Schwarzbold, Angélica Gomides dos Reis Gomes, Bruno Porto Pessoa, Christiane Correa Rodrigues Cimini, Danyelle Romana Alves Rios, Fernando Anschau, Francine Janaína Magalhães Nascimento, Genna Maira Santos Grizende, Giovanna Grunewald Vietta, Joanna d’Arc Lyra Batista, Karen Brasil Ruschel, Marcelo Carneiro, Marco Aurélio Reis, Maria Aparecida Camargos Bicalho, Paula Fonseca Porto, Priscilla Pereira dos Reis, Silvia Ferreira Araújo, Vandack Nobre, Milena Soriano Marcolino,
AB2CO risk score for in-hospital mortality of COVID-19 patients admitted to intensive care units, Respiratory Medicine, Volume 227, 2024, 107635, ISSN 0954-6111, https://doi.org/10.1016/j.rmed.2024.107635.
A crise global ocasionada pela pandemia da covid-19 resultou em sobrecarga nos hospitais e entre profissionais de saúde, sendo responsável por cerca de sete milhões de mortes mundialmente. Países menos desenvolvidos sofreram ainda mais com as suas consequências desastrosas, como foi evidenciado pelo Brasil, sendo o terceiro país em número de casos e o segundo em número de mortes. Paralelamente, avanços na pesquisa levaram ao desenvolvimento de escores prognósticos, buscando estratificar aqueles pacientes em maior risco, para realizar melhor alocação de recursos, dando melhores chances de um tratamento de sucesso.
Nesse contexto, foi desenvolvido o ABC2-SPH, aplicado em pacientes com covid-19 para prever mortalidade à admissão hospitalar. Esse escore destacou-se pela sua utilidade rápida e acessível. No entanto, estudos revelaram sua limitação na predição de mortalidade em UTIs, refletindo desafios mais amplos na criação de escores prognósticos precisos para pacientes críticos com covid-19. Além disso, diversos outros escores de risco foram criados, mas muitos foram criticados por suas limitações metodológicas e pelo uso de dados antigos que não refletem as mudanças na pandemia, como o surgimento de novas variantes e a ampla vacinação. Faltava um escore confiável para prever a mortalidade em pacientes de UTI com covid-19.
A fim de cobrir essa lacuna, foi desenvolvido o AB2CO, um escore simples baseado em seis variáveis: idade (age), função respiratória (frequência respiratória ou se o paciente está em ventilação mecânica invasiva) (breathing), doença pulmonar obstrutiva crônica (COPD) e obesidade. Esse estudo incluiu 558 pacientes admitidos em 18 UTIs brasileiras, no período de setembro de 2021 a julho de 2022. Teve uma área sob a curva característica de operação do receptor (AUROC) de 0,781 (intervalo de confiança 95% 0,744-0,819), uma boa performance geral e excelente curva de calibração. O escore foi comparado com outros já existentes (ABC2-SPH, Atschul et al., CHA2DS2-VASc Modificado, COVID-SOFA, CURB-65, SOARS, SOFA, NEWS2 e 4C Mortality Score) e demonstrou um desempenho superior, com boa calibração e capacidade de discriminação.
O AB2CO é um escore simples, rápido e objetivo, baseado em apenas seis variáveis, variando de 0 a 16 pontos, com desempenho superior a outros escores. Além disso, foi desenvolvido utilizando dados mais recentes da pandemia, tornando-o ainda mais fidedigno ao atual cenário. Entretanto, estudos posteriores são necessários para realizar a validação externa do escore.
| Elaborada por |
|---|
| Virginia Mara Reis Gomes Milena Soriano Marcolino |
| Data da Resenha |
|---|
| 23/04/2024 |
| Eixo Temático |
|---|
| Doenças Infecciosas e Tropicais |
| Eixo Metodológico |
|---|
| Pesquisas Epidemiológicas |
