Oncologia de Precisão é tema de seminário realizado na USP

Evento contou com apoio do IATS

A oncologia de precisão está revolucionando o tratamento de câncer, trazendo esperança com tratamentos personalizados que podem mudar o curso da doença e melhorar a sobrevida dos pacientes. No entanto, os custos elevados e os desafios de implementação colocam questões sobre acesso e equidade.

Nos dias 1º e 2 de outubro, ocorreu o Seminário “Oncologia de Precisão no Brasil: Uma Abordagem de Avaliação de Tecnologias em Saúde ao Longo do Ciclo de Vida”, inaugurando as atividades do Grupo de Pesquisa Equidade e Eficiência das Tecnologias de Oncologia de Precisão (EETOP) do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). O grupo tem como propósito constituir um espaço de comunicação entre a comunidade científica e a sociedade, promovendo discussões interdisciplinares em torno das contribuições da “medicina de precisão em oncologia” para o cuidado do paciente com câncer, em uma perspectiva de equidade e sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro.

A iniciativa foi realizada pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), pelo Centro de Estudos e Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão (C2PO), pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC/FMUSP) e pelo Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS). O seminário trouxe à tona temas fundamentais para discutir a incorporação de tecnologias no sistema de saúde, como:

– Mudança de paradigmas na pesquisa e na prática clínica: tecnologias de precisão têm trazido desafios para os sistemas de saúde com evidências ainda limitadas, altos custos e incertezas sobre os benefícios a longo prazo.

“A curva de aprendizagem do uso dessas tecnologias altera o seu resultado e o contexto dos serviços de saúde impactando e sendo impactado pelas tecnologias” destacou a Professora Maria Novaes, membro do EETOP.

– Desafios e oportunidades da oncologia de precisão no Sistema Único de Saúde (SUS): O Professor Roger Chammas, membro do EETOP e coordenador do Centro de Estudos e Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão (C2PO), destacou “a importância da precisão diagnóstica no momento certo, para o paciente certo”.

– Centros Nacionais de Terapia Avançada (Nutera-SP e Nutera-RP): Iniciativas brasileiras com potencial de produção de terapias inovadoras, como o CAR-T Cell, a custos significativamente mais acessíveis.

Participaram do evento representantes da academia, da Secretaria-Executiva da Conitec, de núcleos de avaliação de tecnologias em saúde, especialistas médicos, pesquisadores, produtores públicos, indústria farmacêutica e de associação de pacientes. Os diálogos foram orientados pela perspectiva e discussão internacional sobre o tema, com presença da presidente do Comitê da Agência Holandesa de ATS (Zorginstituut Nederland) e professora da Radboud University Medical Centre da Holanda, Wija Oortwijn.

“A realização do evento foi enriquecedora, proporcionando um diálogo valioso entre os stakeholders do ecossistema de oncologia de precisão. As discussões, profundas e essenciais, abordaram os desafios complexos da implementação dessas tecnologias inovadoras no Sistema de Saúde Brasileiro, fomentando reflexões sobre soluções para garantir o acesso equitativo e sustentável aos tratamentos de ponta. Além disso, foi uma oportunidade educacional que incentivou a transdisciplinaridade e a colaboração entre pesquisadores e alunos de pós-graduação, destacando o papel crucial da Saúde Coletiva na implementação das inovações tecnológicas da oncologia de precisão na rotina dos serviços e sistemas de saúde.” afirmou a Professora Patrícia Soárez, coordenadora do EETOP e membro do comitê gestor do IATS.

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