Aluna de mestrado e participante do núcleo da UFG-IATS tem trabalho selecionado para apresentação em congresso nacional

A aluna de mestrado, Nayara Matos Pereira, vai apresentar trabalho aprovado no Congresso Brasileiro de Neurocirurgia, que acontecerá no Centro de Convenções de João Pessoa/PB entre os dias 20 e 24 de abril de 2022.

Nayara está com o mestrado em andamento intitulado “Efetividade e segurança dos conjuntos de derivação ventriculoperitoneal para tratamento de hidrocefalia em crianças” e teve pôster e apresentação oral aprovados sobre o tema, com suporte logístico do IATS para participação presencial no evento.

O pôster e a apresentação oral têm como respectivos títulos “Hidrocefalia em recém-nascidos: DVP de média ou de baixa pressão” e “Perfil clínico-epidemiológico de crianças com hidrocefalia submetidas a DVP em um centro de referência do centro-oeste brasileiro”. O trabalho analisa a sobrevida de dispositivos de derivação ventriculoperitoneal (DVP). A DVP é usada para quem tem hidrocefalia, que, de modo simplificado, são pessoas que possuem excesso de água na cabeça. Esse excesso causa hipertensão intracraniana e o paciente apresenta dor de cabeça, vômitos, crises convulsivas, retardo do desenvolvimento motor e cognitivo.

Com o uso deste dispositivo (DVP), os sintomas melhoram e a criança pode seguir a vida normal, sem aumento da pressão intracraniana. Porém, a DVP apresenta falhas, onde cerca de 40% dos pacientes que colocam esse dispositivo precisam trocá-lo por outro em um ano e 50% trocam em dois anos. No Brasil, são utilizados dispositivos de fabricação nacional, ainda pouco estudados.

Em um estudo realizado em Goiânia, com 180 pacientes com hidrocefalia operados entre 2016 e 2019 no Hospital da Criança, foi avaliada e comparada a sobrevida das válvulas, estratificando por idade. Também foi analisado se algum dos fatores de risco estudados teria alguma associação estatisticamente significante com a falha da válvula.

Não foi encontrada associação entre os fatores estudados de forma estatisticamente significante, assim como acontece na maioria dos estudos internacionais. Porém, nas curvas de sobrevida, foi identificado que o tempo de cirurgia mais longo e pacientes de fonte pagadora privada tiveram maiores índices de falha. O primeiro fato foi atribuído à dificuldade técnica. Sobre o segundo, provavelmente por um subdiagnóstico de pacientes SUS que podem não ter tido acesso ao serviço de saúde para “detectar” a falha tanto quanto pacientes de convênio ou particulares.

Para Nayara, a participação no congresso é importante já que “faltam estudos no Brasil com as válvulas nacionais e divulgar o trabalho é uma forma de chamar a atenção da comunidade científica para desenvolver mais trabalhos para tratamento de hidrocefalia em crianças”.

Acrescenta ainda que a DVP é uma tecnologia de saúde que precisa de melhorias e atenção.

“A cirurgia para colocação de DVP é muitas vezes negligenciada pelos próprios neurocirurgiões por ser considerado um procedimento simples em relação aos outros feitos por esses profissionais, entretanto é definidora na história da doença (hidrocefalia), associada a alta morbidade e mortalidade”.

Os trabalhos aprovados no congresso estão disponíveis no site do evento.

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