Seis novos Centros de Pesquisas Aplicadas se dedicarão ao desenvolvimento de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, aplicadas e orientadas à resolução de problemas que possam ser resolvidos por meio de inteligência artificial
Foram anunciados, nesta semana, os resultados da chamada de propostas para a constituição de Centros de Pesquisas Aplicadas (CPAs) em Inteligência Artificial com foco nas áreas de saúde, agricultura, indústria e cidades inteligentes. De acordo com Agência FAPESP, a FAPESP, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) disponibilizarão R$ 1 milhão por ano para cada um dos novos centros por um período de até dez anos.
Os seis novos Centros se dedicarão ao desenvolvimento de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, aplicadas e orientadas à resolução de problemas que possam ser resolvidos por meio de inteligência artificial. O Centro de Inovação em Inteligência Artificial para a Saúde (CIIA-Saúde), com sede no Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), terá como pesquisador responsável Prof. Virgílio de Almeida. O CPA será constituído por 130 pesquisadores na investigação de prevenção e qualidade de vida, diagnóstico, prognóstico e rastreamento, medicina terapêutica, gestão de saúde, epidemias e desastres.
Compreendendo 10 universidades e quatro empresas, o CIIA-Saúde visa a pesquisa e o desenvolvimento de soluções avançadas de inteligência artificial (IA), capazes de auxiliar profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento de doenças, e orientar gestores de saúde na programação de ações de prevenção e organização da assistência à saúde. O que se espera é a otimização dos recursos e melhora da atenção à saúde da população no Brasil.
Considerando-se as possibilidades de uso da IA nas diferentes etapas da vida e dimensões do processo saúde-doença, tanto no nível individual como societário, a proposta do Centro aborda o uso de aplicações de IA nos seguintes eixos:
- Prevenção e qualidade de vida;
- Diagnóstico, prognóstico e rastreamento;
- Medicina terapêutica e personalizada;
- Sistemas de saúde e gestão;
- Epidemias e desastres.
A Prof. Dra. Carisi Polanczyk, coordenadora do IATS, é apontada como uma das pesquisadoras principais dos eixos medicina terapêutica e personalizada e sistemas de saúde e gestão. O Prof. Dr. Antonio Luiz Pinho Ribeiro, vice-coordenador do IATS, é indicado como vice-diretor do CIIA-Saúde.
Ao IATS, Ribeiro declarou que, em relação aos próximos passos para implementação do CIIA-Saúde, existe a necessidade real da formalização do Centro. “Temos que assinar o termo jurídico entre as instituições participantes, temos que estabelecer a sede física do Centro e temos que implantar a governança desse sistema”, afirma. De acordo com ele, trata-se de um trabalho bastante intenso para as próximas semanas.
“Dentro das linhas de pesquisas citadas, nós temos que estabelecer quais estão mais maduras para que possam ser financiadas de uma forma imediata para a gente consiga obter resultados já no nosso primeiro ano de atividade. Certamente, nós tentaremos privilegiar a Covid-19”, aponta Ribeiro.
Dentre os resultados esperados do CIIA-Saúde estão a formação de doutores e mestres em novas áreas da IA, a capacitação de colaboradores nas empresas, o desenvolvimento de protótipos, a publicação de artigos científicos e a criação de startups intensivas em IA, bem como a transferência de tecnologia e know-how para o mercado. Espera-se que o Centro tenha uma intensa atividade internacional, através da colaboração com pesquisadores e instituições de excelência na pesquisa em IA e saúde.