Telemedicina, uma das frentes de atuação do INCT IATS em suas ações de Pesquisa, tem assumido papel importante no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus
“Desde que passou a ser implementada no Brasil, esta tecnologia vem se desenvolvendo, baseada em evidências, e também vem enfrentando barreiras. Tendo como foco prioritário o suporte ao profissional de saúde e financiamento do Ministério, passou a ter condições de prestar apoio aos 45 mil postos de saúde do país. Contudo, foi com a necessidade imposta pela Covid-19 que a telemedicina floresceu”.
A avaliação é do coordenador-geral do Programa Telessaúde-RS e pesquisador do IATS Roberto Nunes Umpierre. Segundo ele, o serviço que possui sede em Porto Alegre/RS registrou, em 2019, uma média diária em torno de 200 a 250 ligações de profissionais de saúde em busca de orientação especializada da equipe de telemedicina. “Com a Covid-19, passaram a ser 1 mil ligações por dia”, conta.
Umpierre aponta que uma das frentes de atuação ocupou função de oferecer acesso a consultas para pacientes perto de seus domicílios, evitando deslocamentos desnecessários e reduzindo situações de exposição para estas pessoas. Entretanto, o serviço acabou ocupando também outro espaço significativo de Transferência do Conhecimento para a Sociedade, através do suporte ao atendimento de demandas da pandemia.
“Nas primeiras semanas, chegavam dúvidas sobre definição de caso. O profissional na UBS recebia apoio para definir se o paciente estava enquadrado em caso suspeito. Avaliava-se febre, sintomas respiratórios e se esta pessoa havia voltado de viagem ao Exterior, primeiro China e depois Itália. Depois, a partir das evidências de transmissão local, as dúvidas passaram a ser também sobre medidas. Atendemos muitas dúvidas sobre o tempo de isolamento. Agora, estamos avançando no apoio à interpretação de testes”, relata Umpierre.
CIÊNCIA – O coordenador do Telessaúde-RS conta, ainda, que uma equipe de profissionais permanece dedicada a leitura dos artigos científicos que têm sido intensamente apresentados como base científica para a superação da pandemia. “Saem mais de 30 artigos por dia. Há evidências boas e também coisas para serem descartadas. Pesquisa, como costumamos dizer, é como uma floresta: tem muita cobra, aranha e madeira podre. A análise crítica dos artigos é rigorosa e permanente”, define o pesquisador do IATS.
ACESSE AQUI MATERIAL DO TELESSAÚDE/RS SOBRE COVID-19
OUTRAS INICIATIVAS – A atuação do IATS em Pesquisa sobre Telemedicina abrange, no Rio Grande do Sul, estudos sobre doença arterial coronariana, com diabetes mellitus tipo 2 e com hiperplasia benigna da próstata. Estas pesquisas investigam a “não-inferioridade” da passagem, para a Atenção Primária, de pacientes estáveis que recebem alta ambulatorial do hospital de referência. IATS News divulgou em sua edição 99, de abril de 2019, as primeiras evidências sobre a aplicação de recursos de telemedicina a partir de tais estudos, conduzidos no IATS por um grupo de pesquisadores que atuam na atenção primária, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e no TelessaúdeRS. Leia:
ARTIGO RECENTE – Em outra frente, o estudo Avaliação Econômica de um Serviço de Telemedicina para ampliação da Atenção Primária à Saúde no Rio Grande do Sul: o microcusteio do Projeto TeleOftalmo, recentemente publicado no periódico Ciência e Saúde Coletiva, apresenta achados das pesquisadoras do IATS Bruna Stella Zanotto e Ana Paula Beck da Silva Etges, sob orientação da Profa. Dra. Carisi Anne Polanczyk.
Em sua conta no LinkedIn, a pesquisadora Ana Paula comentou: “No momento em que a telemedicina está, finalmente, recebendo um grande espaço ao redor do mundo, nosso estudo recente apresenta como é essencial unir esforços multidisciplinares para tornar esses serviços econômicos sustentáveis e escaláveis para toda a população. O estudo out é uma das primeiras análises científicas econômicas de um serviço de telediagnóstico e mostra como um equilíbrio não preciso entre as atividades necessárias para a prestação do serviço, e a real demanda populacional pelo serviço, pode fazer com que o custo por serviço aumente, impactando o orçamento do sistema de saúde. Muitos métodos de engenharia industrial e análise econômica aplicados para tornar os serviços de telemedicina melhores e orientados para a saúde (…)”.
CLIPPING IATS / DE OLHO NA NOTÍCIA
LEI OFICIALIZA PRÁTICA DA TELEMEDICINA NO PERÍODO COVID-19
Foi sancionada na semana passada a lei que autoriza a prática da telemedicina para todas as áreas da saúde enquanto durar a crise ocasionada pela epidemia do novo coronavírus (Covid-19). A Lei nº 13.989/2020 foi publicada no Diário Oficial da União em 16 de abril.
No texto a telemedicina é definida como o exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde.
Textos e edição: Luiz Sérgio Dibe