Resenha do artigo:
ZANOTTO, Bruna Stella et al . Avaliação Econômica de um Serviço de Telemedicina para ampliação da Atenção Primária à Saúde no Rio Grande do Sul: o microcusteio do Projeto TeleOftalmo. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 25, n. 4, p. 1349-1360, Apr. 2020 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232020000401349&lng=en&nrm=iso>. access on 21 May 2021. Epub Apr 06, 2020. https://doi.org/10.1590/1413-81232020254.28992019.
Preocupações crescentes com a sustentabilidade e escassez prevista de recurso despertam interesse em explorar o potencial da telemedicina para enfrentar muitos desafios enfrentados pela atenção primária à saúde (APS). Entre os valores associados à adoção de serviços de telemedicina na APS, tem-se a colaboração com o acesso ágil dos pacientes aos centros de alta complexidade, maior resolubilidade no nível básico e diminuição do número de encaminhamentos a outros municípios para atendimento especializado, além de ser um aliado para monitoramento e controle da qualidade de entrega do cuidado ao paciente.
Atualmente, Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS) oferta de serviços em telemedicina no estado, sendo o TeleOftalmo um projeto de pesquisa que está em andamento desde julho de 2017, e recebe financiamento principal do Ministério da Saúde, através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
O estudo em questão teve por objetivo avaliar o custo de um serviço de telemedicina (TelessaúdeRS-UFRGS) utilizando o escopo do telediagnóstico em oftalmologia. Como objetivo específico, tem-se a avaliação do custo de aprendizado relacionado à implantação do serviço na APS.
O método de custeio baseado em atividades e tempo (TDABC) foi adotado para examinar os componentes de custos relacionados à teleoftalmologia. Com este método, também foi possível estabelecer o custo unitário padrão que o telediagnóstico deveria ter, dada a capacidade instalada e utilização de profissionais. Dados de um ano de telediagnósticos foram considerados, e avaliou-se a mudança do custo por telediagnóstico ao longo do período de adaptação da tecnologia no sistema.
O custo padrão calculado por diagnóstico oftalmológico a distância foi de R$ 119, considerando a emissão de 1.080 laudos de telediagnóstico oftalmológico por mês. Foi identificado um desequilíbrio entre as atividades que sugere a capacidade do método TDABC orientar ações de gestão e melhoria na alocação dos recursos. Ao longo de um ano, o custo unitário real passou de R$ 783 para R$ 283, ainda havendo espaço para se aproximar do custo padrão estimado. O TDABC merece destaque nesse sentido por permitir obter informações mais precisas sobre custo da tecnologia, melhorando a capacidade de dimensionamento e gerenciamento da organização de saúde.
Este estudo é inédito no Brasil ao avaliar custos reais de um serviço de telemedicina e acredita-se que a multiplicação de estudos de avaliação econômica parciais destes serviços é essencial para fundamentar decisões de incorporação. O caso estudado permitiu identificar como a implementação de uma nova tecnologia no sistema de saúde precisa de tempo de maturidade para que se possa mensurar o custo padrão a ser utilizado para orientar a decisão sobre incorporação da tecnologia.
O desenvolvimento das etapas da pesquisa científica com apoio estrutural e técnico do IATS foi determinante para que o trabalho final tivesse todos os requisitos necessários para ser aceito na revista Vittalle Ciências de Saúde dentro do PPG da Epidemiologia da UFRGS.
Elaborada por |
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Bruna Stella Zanotto |
Data da Resenha |
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27/04/2021 |
Eixo Temático |
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Serviços de Saúde e Políticas Públicas |
Eixo Metodológico |
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Análises Econômicas |