Avaliação de saúde mental e qualidade de vida em estudantes de medicina no Brasil 

Apresentação

A entrada dos alunos na formação universitária representa uma mudança brusca da rotina, que pode favorecer o surgimento de episódios ou quadros depressivos, de estresse ou angústia, culminando em deficiências acadêmicas ou evasão(1).

A trajetória do estudante de medicina na graduação é extremamente desgastante(2), caracterizada pela exposição a um cenário de extrema competitividade e pela exigência de padrões elevados de comprometimento, desempenho acadêmico e responsabilidades(3), além do contato permanente com o adoecimento e a morte(4,5), eventuais comportamentos hostis por parte de alguns docentes(6), percepção de carga horária excessiva, inúmeras avaliações e dificuldade de conciliar essa rotina com as relações com pessoas de fora do meio acadêmico, incluindo familiares(1).

Há uma naturalização do sofrimento psíquico entre estudantes de medicina: ansiedade e estresse costumam ser apontados como “normais” durante a formação médica, o que pode contribuir para que problemas dessa natureza não sejam percebidos(22). Ainda, existe a possibilidade de que o fenômeno do adoecimento psíquico venha a crescer nos próximos anos(23). Identificar precocemente a ocorrência de transtornos psíquicos entre estudantes de medicina pode contribuir para a elaboração de uma agenda de enfrentamento desse problema(4), evitando, além do comprometimento da saúde do estudante, consequências já apontadas pela literatura como problemas na relação médico-paciente, insatisfação profissional, angústias acerca dos desejos sobre a vida e síndrome de Burnout(1).

Já há evidências de que estudantes de medicina brasileiros apresentam pior percepção da própria qualidade de vida e alta prevalência de transtornos psicossociais quando comparados com indivíduos da mesma idade na população em geral(10–13).   Para avaliação da qualidade de vida, utlizou-se  o WHOQOL-bref (World Health Organization Quality Of Life Assessment) é um instrumento desenvolvido pelo Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde e já validado no Brasil, que classifica os resultados nas categorias “muito boa”, “boa”, “regular” e “precisa melhorar” (19). Já para avaliar a presença de sintomas relacionados à depressão, ansiedade e estresse o DASS (Depression, Anxiety and Stress Scale), tanto em sua versão original de 42 itens quanto em sua versão breve de 21 itens, que é uma ferramenta válida e confiável para medir a depressão, ansiedade e estresse em adultos de várias culturas e etnias e também já tem sua versão brasileira validada, que classifica os resultados em “normal”, “leve”, “moderado”, “severo” e “extremamente severo” (20,21).

No entanto, ainda tem poucos estudos com essa temática, com prevalências variáveis de transtorno de saúde mental e a maior parte dos estudos realizados em estudantes do curso de medicina de no Brasil foram estudos seccionais, realizados na pandemia. O objetivo é realizar uma revisão rápida da literatura para avaliar a associação entre indicadores demográficos, de qualidade de vida e à ocorrência de sintomas relacionados à depressão, ansiedade e estresse entre os estudantes de medicina.

Status: Em andamento
Início: Junho/2024

Conclusão Prevista: Dezembro/2024
Eixo temático: Outras Doenças Não-Transmissíveis
Eixo metodológico: Revisões Sistemáticas da Literatura
Instituição coordenadora:
Universidade de Brasília
Instituições participantes:
Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal
Fonte de fomento:
Coordenação:
Rodolfo Rêgo Deusdará Rodrigues – Universidade de Brasília


Integrantes: 
Rodrigo Luciano Bandeira de Lima – Universidade de Brasília
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