FMUSP realiza seminário com tema Epidemiologia, Raça e Racismo

Palestrante Dra. Dandara Ramos abordou sobre o uso de dados raciais nos sistemas de informações em saúde

No final de agosto, foi realizado o seminário “Epidemiologia, raça e racismo: aspectos teóricos e metodológicos”, evento realizado pelo Grupo de Trabalho de Ações Afirmativas do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da USP, coordenado pela professora e membro do comitê gestor do IATS Patrícia Coelho de Soárez.

Com apoio do IATS para realização, o seminário foi conduzido pela Profª Dra. Dandara Ramos, docente do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA e colaboradora do Centro de Integração de Dados de Conhecimentos para Saúde (CIDACS-Fiocruz). O evento contou ainda com a participação de discentes e docentes do programa, além de alunos de outros programas da FMUSP e de instituições da USP.

Durante a sua apresentação, Profª Dandara abordou sobre a coleta/uso de dados raciais nos sistemas de informações em saúde, métodos técnicos e teóricos sobre como trabalhar o racismo nas análises epidemiológicas, perspectivas teóricas sobre o tema, além da importância da incorporação de referenciais teóricos de pessoas negras nos currículos acadêmicos. Após a apresentação, o público presente se mostrou interessado em aprender mais sobre o tema e como trabalhar isso em seus cotidianos, perguntando mais sobre as perspectivas teóricas e os novos caminhos para essas análises complexas.

Este ciclo de seminários é uma iniciativa do Grupo de Trabalho de Ações Afirmativas, especialmente em um contexto onde a presença de docentes negros ainda é limitada. A participação dos professores convidados considerará questões de gênero e orientação sexual, tendo como objetivo enriquecer as discussões e proporcionar perspectivas diversas e representativas, fundamentais para a construção de um ambiente acadêmico inclusivo e com produção de conhecimento ampliado.

Os professores poderão apresentar sua produção científica e discutir as abordagens utilizadas que incluem: Teorias Críticas da Raça, Estudos decoloniais e pós-coloniais, Interseccionalidade, Pedagogia Crítica, Metodologias participativas e narrativas, feminismo negro e metodologias antirracistas, entre outras.

A inclusão de professores negros na pós-graduação contribui para o desenvolvimento de pesquisas que abordem questões raciais, sociais e culturais que, de outra forma, poderiam ser negligenciadas. Isso amplia o campo de conhecimento e fortalece a produção acadêmica. Os professores negros trarão experiências de vida, perspectivas, referenciais teóricos e abordagens metodológicas que ampliam e enriquecem o ambiente acadêmico. Isso promove uma educação mais inclusiva e abrangente, refletindo a diversidade da sociedade.

O seminário contribuiu com a formação dos que ali estavam e provocou importantes reflexões acerca da temática de raça e racismo no campo da epidemiologia e seus atravessamentos. Essas iniciativas são passos concretos no reconhecimento da importância de incorporar novos referenciais teóricos e abordagens metodológicas na pós-graduação, voltadas para o estudo de questões relacionadas à raça, identidade, cultura e justiça social. Além disso, contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos tenham as mesmas oportunidades de acesso e sucesso no ambiente acadêmico.

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